sábado, 26 de novembro de 2016

Esperança

Decreto neste dia que a esperança é algo que não deve viver em mim
Afinal já espero a morte certa
A resposta negativa de todo mundo
Esperar é alternativa que não entra na possibilidade de felicidade

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O que há depois do portão?

Além do quarto, para fugir da vontade sufocante de dormir
Passo pela sala, passos curtos, demorados
Mão  leve sobre o sofá
A janela mostra, fito o olhar sobre o desconhecido
A curiosidade de ir pra onde se sabe que não volta
Vontade imensa de satisfazer o destino da carne
Passar por ele e ver a primavera
Sentir o inverno
Sem nenhuma certeza
Além da que quando saciar a dúvida
Somente eu saberei e nunca poderei dizer a ninguém

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Faces

Somos pedaços de sonhos
Pairando entre asas de borboletas
Com cheiro de flores campestres
Isso por um lado

Por outro lado
Somos guardanapos molhados
Se fantasiando de concreto armado
Sorrindo nos dias de chuva

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Fugi

Ele corre até ela
Alcançou
Abraçou, amou, cuidou
Então ela correu até ele
Ele cansou
Correrão um do outro
Foi pra tão longe
Que se encontraram novamente

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Aparência

Não queira quem sai bonito em fotos
Que usa sorrisos automáticos
Prefira aquelas pessoas que não tem vergonha
Das próprias vergonhas
Pois estas não fazem vergonha a ninguém
Por isso não precisam nem de maquiagem
Muito menos de Photoshop

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Durante o Dia

Foi uma manhã de sonhos intensos
Às 10 já era um sonhador
No começo da tarde por volta da metade do dia
Um idealista nato
Guerreiro, gritador
Então a fome veio
Senti o prato vazio
Começo da tarde não existiam mais sonhos
Metas, um nome estranho que me disseram
Substituía os sonhos
Objetivos a ser cumprido antes de anoitecer
No meio da tarde algumas metas cumpridas
E a sensação de vazio
Lembrei da minha manhã
O quão estúpido a fome me tornou
Decidi no começo da noite
Todo dia será então minha manhã
Não venderei mais minha alma por metas
Objetivos não são sonhos
Sonhos são minha alma
Não será no outro dia que virá
Mas no dia de hoje
Antes do anoitecer
Ser idealista-sonhador, sim isso sim
Ser realizado é coisa de conformado
Eu sou mesmo idiota das 10 da manhã
Essa alegria não será mais tirada de mim
Ah sim, esqueça a fome
Nosso coração se alimenta de tudo
Menos de metas

domingo, 9 de outubro de 2016

Em frente

Ao final da segunda, tudo pareceu mais interessante
Como na primeira
A dança era intensa e as pessoas sorriam
No último momento
Eram as lágrimas de alegria
De ter sido duas
Do que ter sido nunca

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Menos mal

O meu eu de ontem não presta mais
Joguei fora, estava estragado
Não cabia mais em nenhuma gaveta
A gravata o enforcou
A rotina o apodreceu
Ficou no que poderia ter sido
Hoje então sou um novo
De novo
Novo
Na verdade nem precisei jogar fora
Todo mundo faz isso
Joga fora o ontem
Pra tentar comprar o amanhã

sábado, 1 de outubro de 2016

Vai passar

Tudo isso vai passar
Os dias de sol e os dias de chuva
A primavera e o perfume das flores
A juventude e todo o seu vigor
O inverno, o outono e o verão
A vida inteira, felicidades e tristezas
Tudo vai passar
Nada fica, tudo passa
Eu vou passar
O poema vai passar
Ainda bem
Não é permitido que seja eterno
Tudo tem que passar
A vida em si é passageira

terça-feira, 27 de setembro de 2016

As Mudanças em Si

Permita-me dizer
Que dentre a fluência
Da qual a vida se faz
A perenidade
É a maior estupidez
Que alguém pode levar como crença

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Pegadas

Houve um problema no meu do caminho
Dentre a poeira que meu andar deixou
Ficou o que era melhor em mim
Pequeninos pedaços da minha alma
está certo não servem para ser o que faço
Mas servem para ser o que sou
Deixei caírem por descuido
sinto falta deles e vou buscar
Não sou o que faço
Eu sou o que sou
Pegarei então esses pedaços e voltarei a ser

sábado, 10 de setembro de 2016

Lixeira

Jogo-me fora todos os dias de manhã
Em cima da cama
Entre os lençóis desarrumados
Não preciso de mim no meu dia

Jogo-me fora toda vez que lanço um sorriso
O que é de mim não serve para o mundo
O que ele precisa está na minha mochila
Nos documentos que carrego
No conhecimento métrico e prático que acumulei

Na lixeira do meu quarto tem mais de mim
Mais do que eu queria deixar
Afinal se eu sair de lá
Sem jogar fora o que eu sou
O que serei então fora
Mais um a ser morto
Melhor estar morto da porta do quarto para fora
Para dentro dela sempre estarei
Jogado

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Definindo

No luto de cada dia
Descobri a minha definição
Termino na limiar do pensamento
Começo no desenrolar da minha imaginação

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Sem percerber

Não se importe no dia
Que a saudade bater
Isso é simples de perceber
Vai deixar de acontecer algo que sempre acontecia
Entenderá que eu não digo adeus
Apenas deixo de dar "bom dia"

sábado, 27 de agosto de 2016

A Pele

Nua, crua, exposta
Puxa o olhar
cativa
desejo ativo
do visceral
animalesco
se contorcendo
sendo o que é

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Ao final da tarde

Desculpe lhe dizer
Amanhã não há
Nunca ouve
O ontem é um vislumbre
E o hoje
Ah! O hoje é uma ilusão confortável

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ciclo

Sendo o suprassumo das revoltas
Em uma reviravolta
Tudo se contorna
Aos poucos faz-se a volta
No final das quotas
Falta tomar algo em nota
Tudo sempre se encontra
O começo e o fim são dois lados da mesma porta
Esqueça o que te contam
Uma hora se cobra
Mesmo sem estar na conta
O começo é pago com o fim.

terça-feira, 19 de julho de 2016

3 dias

Hoje exatamente faltam 3 dias para meu aniversário, quem me conhece a um ano sabe que esta data tem um enorme significado para mim, tanto que passo mal durante ela, caio em vazios existenciais, fico amargo, rude e machuco as pessoas mais do que o normal, especialmente este ano, o qual consegui fazer mais merda do que o corriqueiro, decidi que vou colocar um pouco do meu humor e um pouco do que sinto durante esses dias que antecedem, assim como no próprio dia, pois preciso desabafar, aqui é um local onde posso fazer isso (como já disse em posts anteriores), nos últimos dias tem doído a solidão, sabe aquela de olhar e pensar que sempre, em toda minha vida tive que ir atrás da maioria dos meus amigos, visitar suas casas se quisesse ver eles, isso no começo não incomodava, agora incomoda, pois após me mudar em 3 anos só um veio me visitar, só este mesmo veio falar comigo esporadicamente para pedir minha presença e dizer que sente falta de morar perto e beber cervejas e cantar músicas, por isso eu sempre o chamei de irmão, de todos os outros que amei como minha família ficaram só lembranças e esporadicamente pedido de dinheiro emprestado, assim como cobranças e lições de moral, talvez por essas coisas eu tenha me tornado meio vazio, essas minhas escolhas, mas como foi dito por uma recente amizade "ainda há tempo de mudar", espero que ainda tenha mesmo, pois eu sou social de mais para ficar tão isolado.


Obs.: tenho pensado seriamente em escrever um conto de forma seriada, uma vez por mês postar um capitulo, coisa desse tipo, uma história que tenho em mente, me falta coragem e compromisso, talvez faça isso por aqui, se por acaso alguém se interessar manda um salve que me comprometerei mais convictamente.

Em venenos

Aos poucos entra no corpo
na mente
Turva os olhos
Aos poucos
Pede licença
fecha a porta da frente
Tranca as janelas
Enquanto tudo se esvai
Da cozinha nada mais alimenta
Nada mais dá alegria
Na tv, na estante de livros
Tudo não passa de peso
Tudo entra aos poucos
No sangue
De verdade
No pulmão
Turva os olhos
Aperta o peito
Esse adeus que está entalado
Envenena

terça-feira, 12 de julho de 2016

Sob encomenda

Sou um pouco de tudo que precisa
carinho, afeto, afago, amor
vontades, sonhos, cuidado
crença, confiança
verdade
Tudo o que precisa eu tenho em mim
beleza, talento, paciência
Parcimônia,equilíbrio
sobriedade
Sou tanto que no fundo
de verdade, para mim
não sou nada.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

No dia que me acharam

Estava entre o lixo
águas passadas
sonhos perdidos
com fome e sede
raiva
era arisco
não precisava ser salvo
somente ser deixado de lado

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Esvaindo

voa meu coração
que aos poucos vinha a amar
os versos da canção
que eram entoados pelo mar
e quando essa sensação
decidir me abandonar
aprende que a solidão
é algo que nunca vai te consolar
infelizmente a palpitação
que me fazia respirar
se tornou a aflição
de não poder amar

Tropeçando

Somo nós escravos de cada passo que demos
são fantasmas que virão nos assombrar no começo da noite
assassinarão nosso sonhos do futuro
matando cada pedacinho de coração
e o que teremos além do conformismo?
somente um prato de lágrimas aguadas
que regam um meio mundo de amores não vividos

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Atomicamente

Nós somo o pó
O segundo que nunca se repetirá
Um momento sempre estará só
Não importa o quanto queira retornar
O momento é um eterno morrer
Eterno retorno a poeira estelar
Não importa o quanto você
Queira fazê-lo retornar
Sempre será pó
E para o pó retornará

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Não é para ser

Que seja leve
Como os pensamentos madrugueiros
Calmos, inquietantes
Imprevisíveis, profundos
Instantâneos, voláteis
E esquecidos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Schopehauriando

A cada momento chego perto
Aos poucos, vou indo para perto do sono
O eterno
Bem aos poucos,
Uso minha poesia para flertar
A morte certa que me espera
Enquanto com esta não encontro
Vou a cada cama
Em cada noite de sexo
Sentindo um pouco
Do que deve ser
A liberdade de me libertar da carne
Voltando ao estado de natureza
Plenamente, ao instinto
De se completar
Se findar, realizando o desejo de toda a vida
Continuar
Ao se consumir.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Palavras desnudas

Ah, o que faço
com esses versos ingratos
que tocam teu corpo nu
de ponta a ponta de norte a sul
cravam em teu peito
uma falta de respeito
comigo, que sou quem te deseja
assim então, eu quero você veja
que eu os invejo a cada momento
estão em teu quarto, em teu pensamento
logo eu que muito te quero
na inveja espero
tomar o lugar das palavras
pra que minha boca, ao invés de fala-las
possa passear por entre tuas curvas
de tua pele totalmente nua
consumir um desejo maior que a carne
fazer com que os versos então se calem
assistam de longe eu enfim em forma de poesia
ver um homem fazer uma mulher chegar ao ápice da alegria.



Este poema é dedicado a uma morena jambo, que tem povoado minhas noites, me dado inspiração, despertado desejo, mesmo longe ela fez com que eu até rimasse versos, coisa que não conseguia fazer a um tempo, dedico a ela, essa mulher que encontrei na esquina mais inusitada da vida.

No mais que o arder



Dentre todos os sóis
No amanhecer só um me aquece

Ao passar por todas as preces
Só uma me acalma

O embreagar de qualquer vinho
Não me enche de alegria

Só teu beijo
Só ele
Chega a minha alma

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Imagem na ação



os pedaços do espelhos reluzindo a luz que teus olhos emanavam
o ar pesado como um incendio
um passo após o outro
olhos fechados
coração
aberto




conseguir pegar cada pensamento meu em ti
pega-los no ar, guarda-los, cuidar deles
cresce faz vida e toma a certeza
da chama que arde e não queima
de verdade velada



tocar-te
ah, ah sim tocar-te
é pouco se for só teu corpo
será o bastante se for tua alma tocando a minha
mas, almas não se tocam, porque quando se tocam elas se unem
se tornam uma, não sentem mais saudades
não saboreiam solidão nenhuma
só sentem uma coisa
o amor

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Hoje eu queria fazer um poema

Galera, desculpa, deveria postar um poema mas não consegui ter inspiração, então queria postar algo, um pouco mais rápido e que depende menos de inspiração, então fica um desabafo e uma reflexão, pois isso parece ser coisa que não pertence mais ao meu mundo, na verdade acho que nesse mundo de hoje está cada vez mais escassa.
Na adolescencia falava de sonhos, escrevia poemas, músicas, contos, conversava com várias pessoas, achava que tinha um mundarel de amigos, o tempo passou e o moleque que só andava de bermuda e chinelo de dedo teve que usar terno, entrar no mundo corporativo, que só sabia trabalhar com palavras aprendeu a equacionar juros, discutir sobre especulação financeira, aos poucos os poemas foram diminuindo, os contos e as músicas quase praticamente deixaram de ser feitas, mas no fundo pensa esse garoto meio louco "posso voltar a fazer isso, preciso de dinheiro pra publicar livro, pra comprar violão, pra comprar vinho barato, pra pagar contas, pra poder pagar passagem de ônibus", mas pouco a pouco sua cabeça enche mais de responsabilidade e seu coração se esvazia, assim os sonhos morrem e se transformam em metas, objetivos, números, mas mal sabe o garoto e as pessoas do mundo que palavras e números não são o mundo, só são representação deles, quanto mais nos prendemos a representações dele menos vivemos. No fim este desabafo serve mais pra este garoto do que para os leitores dele, pois a alma estava sufocada, a alma de um escritor é tão inquieta que ele enlouquece de forma doente se por algum momento o peito se cala e ele esquece que metas e objetivos profissionais são idiotices diante da grandiosidade de um sonho ridicularmente absurdo, daqueles que uma pessoa normal teria vergonha de gritar em público, esses são os melhores e pelos quais devemos viver.