sábado, 10 de setembro de 2016

Lixeira

Jogo-me fora todos os dias de manhã
Em cima da cama
Entre os lençóis desarrumados
Não preciso de mim no meu dia

Jogo-me fora toda vez que lanço um sorriso
O que é de mim não serve para o mundo
O que ele precisa está na minha mochila
Nos documentos que carrego
No conhecimento métrico e prático que acumulei

Na lixeira do meu quarto tem mais de mim
Mais do que eu queria deixar
Afinal se eu sair de lá
Sem jogar fora o que eu sou
O que serei então fora
Mais um a ser morto
Melhor estar morto da porta do quarto para fora
Para dentro dela sempre estarei
Jogado

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