domingo, 24 de março de 2013

A Casa

A Casa

Minha casa está vazia
Os moveis querem sua companhia
Para se acalmarem
E te apreciarem
Como todo dia faziam
Quando todo dia lhe viam
Não falo por eles falo por mim
Mas sei que o horizonte não chegou ao fim
Está lhe esperando
Enquanto isso o caminho vou preparando
Não quero minha casa vazia
Preciso de toda harmonia
Para afinar meu violão
Ter o doce carinho da sua mão
Até suas lembranças
De quando era criança
Mas esse recado fui escrever
Só para lhe dizer
Que irei para um novo lar

No Fim do Carnaval

No Fim do Carnaval

Acabou o carnaval
O vinho, a vontade de aceitar o que você me der
Não tem mais nada
O confete se desfaz com a chuva
A maquiagem tambem derreteu com ela
Não tem mais graça esse tal de carnaval
Talvez nem díonisio queira isso
toda essa festa feita por cristãos
Provavelmente essa seja a única piada
Salvos pecando, pecadores querendo ser salvos
Afinal de contas o que é esse carnaval?!!!
O que comemora essa festa?!!!
Quem são esses passistas e quem não é penetra?!!!

A casa de Moria

A Casa de Moria

E foi assim, no começo contava os dias
No primeiro até o despertar me via com soberba
No segundo a solidão me via com pena

Depois de um tempo até os patos aprenderam a voar
Nessa lógica até eu comecei a ver a casa cheia
Era a tristeza tomando chá de anis estrelado na sala
A solidão cantarolando por entre os corredores
A gaita da melancolia ecoava por toda a casa
A razão me explicava sobre o mundo e a vida
Mas na verdade queria somente entender o que aconteceu
Todo dia tinha uma carta nova da saudade
Esta casa governada pela confusão
Tem a indecisão como conselheira

E assim se foram os anos
Com visitas do tempo uma vez por ano
Dizendo embriagado em toda festa
"Esta casa um dia irá se ruir ao meu desejo"
Mas até hoje ela está de pé

Depoimento das Almas

Depoimento das Almas

É estranho, sentir a força no peito
O poder nas mãos
Receio de usar, por ser feito
Pois tudo rola em torno das razões
Mas o que seria a razão?
A capacidade de seguir instintos frios?
E calar as vozes do peito?
Ou esquecer a beleza do lírio?
A doçura do amor?
Não sou eu indicado pra responder
Meu coração perdi em um momento de tormenta e torpor
Não queria ser como o resto do mundo, quera viver
Mas acabei ficando pior
Me destruir por dentro
Me deixou mais forte, melhor
Mas me tornou um monstro numa prisão sem grades

Carta aos Cristãos

Carta aos Cristãos

Hoje já não consigo ser tão forte
Porque me olham, tentam me acertar
Mas sou diferente, vou sair de perto
Me sentindo triste
Pois são mais fracos que eu
Vejo em seus olhos
Me atacam por medo
De um dia atacar eles
E destruir

Hoje vejo de longe
Conto aos meus filhos
Historia que queria ter vivido com elas
E quando uma lagrima descer do meu rosto
Finjo que foi sem querer
Assim como as lembranças que nunca tive

Mas em um amanhã, amanhã
Eu voltarei lá
Pedirei para descansar
E ensinarei a eles o pouco que sou

terça-feira, 5 de março de 2013

Pandora


Pandora

Ah!Minha menina, teus olhos não me enganam mais
A beleza da inocência perdida na ilusão do teu olhar
As verdades ditas pela boca que mentia
Seus cabelos que escondiam
Sua maquiavélica mente
Que pensa em meu final
Sabendo que era meu começo.
Não me completa mais,
Porem me faz falta,
Não tente entender
E se um dia alguém ousar tentar,
Esta aí, sua foto em retrato escrito literalmente
Algo eterno, tão eterno
Quanto o que vivia em mim,
Você matou, com seu olhar,
Mas sabia que sou eterno?!
Tão eterno quanto à verdade,
Escondida em teus olhos azuis, pandora moderna
Esqueça tudo o que eu disse,
Pois a morte é um recomeço,
Eu renasci, sou teus olhos
Virei tudo o que eu queria,
Agora sou parte de ti.

segunda-feira, 4 de março de 2013

A eternidade


A eternidade

Olhe em meus olhos e me diga o que vê
Não dá para ver nada, o que aconteceu?
Cadê aquele olhar brilhante em te ver
Onde estão os sonhos que nasciam a cada encontro,
Acho que morreram a cada despedida,
Como a flor que te dei
Não durou três dias,
Mas o que plantei  aí dentro, é eterno?
Foi feito pra ser
Mas o eterno é instantâneo
Tão rápido quanto o estralar de dedos
Ou um piscar de olhos
Essa é a velocidade que tudo acontece
Tudo, tudo aquilo que acontece, realmente vale a pena,
O que vale a pena?
Não sei, talvez nunca saberei!
Mas consigo compreender
Que cada instante perto de você já basta
Essa é a eternidade que me aguarda

Freedom


Freedom 

Cavalos de guerra, homens desarmados
A força da verdade foi jogada no ralo
Princípios, virtudes, bondade
Mascaras, carnaval, maldade
Batalhas sem motivos,
Motivos sem batalhas
Pessoas sem coragem
Porque a coragem vem da alma
E nossas almas estão à venda
Por míseros trocados
Ridículo?! Não, realidade!
Um poço sem fundo
Infinito, perigoso, escuro
Onde atiram pra matar
E se mata, por não ter o que fazer.
Sonhem, pois sonhar não é pago, não machuca
Uma bala em meu peito,
Um homem a cavalo,
O cano da sua arma com fumaça,
Obrigado! Me libertou.

(Essa é muito velha mesmo, da época em que eu estava começando a escrever, mas gosto do texto, apesar de ainda ser um texto um tanto quanto mais imaturo, entretanto a inocência dá uma "q" a mais no texto)

Após a guerra


Após a guerra

Depois da gloria,
Com tanto sangue na mão
A vitória deixa de ser  vitória na mesma hora
Como dizia o bardo na canção
A música que ecoa agora,
É o silencio da justiça
Morto não fala, não reivindica, não chora
E agora o calor da batalha os atiça
Mas toda vida que um dia quis,
Sair por aí e voar,
Agora, nem vai descobrir o que é ser  feliz
Porque não consegue nem andar
Se isso tudo leva a perfeição!
O preço é muito caro
Porque enquanto houver um coração
Mesmo que seja raro
Ele irá morrer lutando
Pois a valentia de lutar
É mais bonita do que
A covardia de fugir.
                                                 

sexta-feira, 1 de março de 2013

A vida da bússola quebrada.


A vida da bússola quebrada.

Clareando idéias, exposta em palavras
Juntas pela vontade de quem queria se expressar.
Sonhava que um dia, tudo aquilo que escrevera
Fosse esquecido, escondido, guardado.
Ao mesmo tempo que pensava:
“Que idiotice, se escrevo é para que leiam.
Se me expresso é para que não me entendam.
Por isso vivemos para um dia morrer,
Então que graça teria a morte
Se a vida não fosse escrita,
Para quê ela seria escrita,
Se não fosse para um dia poder ser lida.”
Seus pensamentos se confundiam,
Sua mente o guiava,sua vontade vira a luz dessa jornada,
No caminho muito estreito,
Entre a loucura e a razão, dentro de sua própria mente
Em seu próprio deserto da solidão,
Cada dia era mais sensato,
Cada noite era mais insana,
Cada momento um estado
Que brincava de nirvana,
As idéias não clareavam, a mente começava a pensar
Que aquilo que ela procurava
Nunca ia encontrar
Botava a culpa em qualquer coisa
Para com a culpa não lhe dar, numa felicidade falsa
Que não era feliz, e nem com ela parecia.
Ela ria de si próprio por pensar tanta besteira,
Sabia que era nobre, não conter tanta nobreza,
Só colher sabedoria e tentar compartilhar
Como se fossem memórias vivas,
Incorporadas no jantar,
Concluiu então da maneira mais simples:
“Escrevemos para ser eternos,
Vivemos para morrer,
Eternidade é viver para sempre,
Não nunca poder morrer,
Porque quem escreve a própria vida sabe,
Que é besteira ter medo de morrer,
Fazendo tudo que nos agrada,
E nos agradando do que fazemos,
Torna a vida consumada, no dia em que morreremos,
Quando a escrevemos, deixamo-nos vivos como anjos,
Para àqueles que ainda ficaram.”
Foi assim que ele concluiu que deveria viver escrevendo.