sexta-feira, 1 de março de 2013

A vida da bússola quebrada.


A vida da bússola quebrada.

Clareando idéias, exposta em palavras
Juntas pela vontade de quem queria se expressar.
Sonhava que um dia, tudo aquilo que escrevera
Fosse esquecido, escondido, guardado.
Ao mesmo tempo que pensava:
“Que idiotice, se escrevo é para que leiam.
Se me expresso é para que não me entendam.
Por isso vivemos para um dia morrer,
Então que graça teria a morte
Se a vida não fosse escrita,
Para quê ela seria escrita,
Se não fosse para um dia poder ser lida.”
Seus pensamentos se confundiam,
Sua mente o guiava,sua vontade vira a luz dessa jornada,
No caminho muito estreito,
Entre a loucura e a razão, dentro de sua própria mente
Em seu próprio deserto da solidão,
Cada dia era mais sensato,
Cada noite era mais insana,
Cada momento um estado
Que brincava de nirvana,
As idéias não clareavam, a mente começava a pensar
Que aquilo que ela procurava
Nunca ia encontrar
Botava a culpa em qualquer coisa
Para com a culpa não lhe dar, numa felicidade falsa
Que não era feliz, e nem com ela parecia.
Ela ria de si próprio por pensar tanta besteira,
Sabia que era nobre, não conter tanta nobreza,
Só colher sabedoria e tentar compartilhar
Como se fossem memórias vivas,
Incorporadas no jantar,
Concluiu então da maneira mais simples:
“Escrevemos para ser eternos,
Vivemos para morrer,
Eternidade é viver para sempre,
Não nunca poder morrer,
Porque quem escreve a própria vida sabe,
Que é besteira ter medo de morrer,
Fazendo tudo que nos agrada,
E nos agradando do que fazemos,
Torna a vida consumada, no dia em que morreremos,
Quando a escrevemos, deixamo-nos vivos como anjos,
Para àqueles que ainda ficaram.”
Foi assim que ele concluiu que deveria viver escrevendo.

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