sexta-feira, 22 de abril de 2016

Hoje eu queria fazer um poema

Galera, desculpa, deveria postar um poema mas não consegui ter inspiração, então queria postar algo, um pouco mais rápido e que depende menos de inspiração, então fica um desabafo e uma reflexão, pois isso parece ser coisa que não pertence mais ao meu mundo, na verdade acho que nesse mundo de hoje está cada vez mais escassa.
Na adolescencia falava de sonhos, escrevia poemas, músicas, contos, conversava com várias pessoas, achava que tinha um mundarel de amigos, o tempo passou e o moleque que só andava de bermuda e chinelo de dedo teve que usar terno, entrar no mundo corporativo, que só sabia trabalhar com palavras aprendeu a equacionar juros, discutir sobre especulação financeira, aos poucos os poemas foram diminuindo, os contos e as músicas quase praticamente deixaram de ser feitas, mas no fundo pensa esse garoto meio louco "posso voltar a fazer isso, preciso de dinheiro pra publicar livro, pra comprar violão, pra comprar vinho barato, pra pagar contas, pra poder pagar passagem de ônibus", mas pouco a pouco sua cabeça enche mais de responsabilidade e seu coração se esvazia, assim os sonhos morrem e se transformam em metas, objetivos, números, mas mal sabe o garoto e as pessoas do mundo que palavras e números não são o mundo, só são representação deles, quanto mais nos prendemos a representações dele menos vivemos. No fim este desabafo serve mais pra este garoto do que para os leitores dele, pois a alma estava sufocada, a alma de um escritor é tão inquieta que ele enlouquece de forma doente se por algum momento o peito se cala e ele esquece que metas e objetivos profissionais são idiotices diante da grandiosidade de um sonho ridicularmente absurdo, daqueles que uma pessoa normal teria vergonha de gritar em público, esses são os melhores e pelos quais devemos viver.

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